Arch Linux: uma distro otimizada para i686


Já sou usuário fiel do Arch Linux a cerca de um ano e estou bastante satisfeito. Já traduzi e escrevi diversas documentações, mas nunca uma falando sobre a distribuição em si. Por isso resolvi criar esse bê-a-bá do Arch, mostrando como ele surgiu, características e outras coisas mais. Vamos lá.

O Arch foi criado em 2001 por Judd Vinet e desde então vem crescendo bastante. É uma distribuição rápida, leve, elegante e bastante flexível. No Brasil ainda é uma distro pouco conhecida e usada.
Judd Vinet

Seus pacotes são otimizados para i686, o que significa que o Arch só roda em processadores mais atuais que o Pentium II. Graças a essa otimização o desempenho do Arch é superior ao da maioria das distribuições (que usam pacotes para i386).

Esses pacotes são, geralmente, as versão mais atuais dos softwares. Uma atualização destes não demora muito para entrar nos repositórios oficiais. Demora muito menos que a maioria das distribuições, para falar a verdade.

O gerenciamento de pacotes é feito pelo pacman, que é capaz de resolver dependências e trabalha com um formato binário de pacotes. Além disso, o pacman permite que os pacotes sejam facilmente customizados pelos usuários.

O Arch conta também com o AUR, um repositório de pacotes alimentado pelos próprios usuários da distribuição. Se um usuário deseja um pacote que ainda não existe nos repositórios oficiais ele pode simplesmente criar um e colocá-lo no AUR.

Um pacote que se encontra no AUR pode ser usado por todos os usuários. Estes podem votar a favor ou contra um pacote, dependendo da qualidade do mesmo. Quando um pacote recebe muitos votos um desenvolvedor do Arch pode adotar esse pacote e colocá-lo nos repositórios oficiais. Isso é ótimo, pois permite que qualquer usuário possa ajudar o desenvolvimento do Arch.

Outra coisa que também é muito legal no Arch é o ABS. Ele é um sistema muito parecido com o ports do BSD e permite que os fontes de um pacote sejam baixados, descompactados, compilados e instalados sistema. Tudo isso automaticamente e de uma forma bastante simples. Ele permite, também, que todo o sistema seja reconstruído utilizando flags específicas para o seu processador.

Oficialmente não existem interfaces gráficas para as ferramentas e a maioria das configurações devem ser feitas na linha de comando, por isso o Arch não é muito recomendado para usuários iniciantes. Hoje já existem algumas interfaces criadas pelos próprios usuários, mas nenhuma foi adotada oficialmente.

O Arch não fornece nenhum suporte oficial, mas existe muita coisa documentada e é possível encontrar ajuda rapidamente em lista de discussão, fórum e no IRC. O problema é que tudo isto se encontra principalmente em inglês e se você não tem afinidade com este idioma isso pode ser um problema. O ArchLinux-BR foi criado para tentar melhorar isso, mas a situação ainda não é muito boa.

Resumindo:

Prós:

* rápida e leve
* pacotes otimizados para i686
* configuração centralizada
* gerenciamento de pacotes fantástico, capaz de resolver dependências e customizar os pacotes
* pacotes extremamente atuais
* repositório criado por e para os usuários da distribuição
* capacidade de otimizar e reconstruir todos os pacotes do sistema com apenas um comando
* ótima distribuição para aprendizagem

Contras:

* não possui muita documentação em nosso idioma
* precisa de uma boa conexão para aguentar as várias atualizações dos pacotes
* não possui suporte oficial
* não possui ferramentas voltadas para os iniciantes
* por ter sempre as versões mais atuais dos pacotes às vezes ocorrem alguns conflitos (mas isso só aconteceu uma ou duas vezes desde que comecei a usar o Arch)
* não é muito popular (principalmente aqui no Brasil)

Bem, é isso. Se você quiser conhecer mais o Arch recomendo que visite a página oficial do projeto. Lá você encontrar diversas informações e poderá baixá-lo para testar. Se preferir você pode entrar na página do Arch Linux Brasil ou em contato comigo.

Fonte: http://under-linux.org/