Laptop de US$ 100 terá dual-boot, diz OLPC


Negroponte vê modelo que roda Windows e Linux como mais viável e diz estar perto de exibir dual-boot.

Poucas semanas após o executivo número dois da OLPC, Walter Bender, deixar a organização, Nicholas Negroponte afirmou à agência Associated Press que está muito próximo de revelar um modelo do XO, conhecido como laptop de US$ 100, que rode tanto Windows quanto distribuição Linux.

Negroponte deu declarações simpáticas ao Windows e chegou até citar vantagens do sistema da Microsoft, como o fácil suporte a arquivos em flash, tecnologia que ele considera importante para aplicações educativas.

O líder da OLPC afirmou ainda que sua organização está em processo avançado para consolidar uma máquina com dual-boot, que rode tanto a distribuição Linux da Fedora, chamada de Sugar - e para a qual já existem várias aplicações educacionais prontas - quanto uma versão especial do Windows XP.

Preparar o XO para o dual-boot, calcula a OLPC, aumentará em cerca de US$ 7 o custo final da máquina. A afirmação de Negroponte desaponta muitos entusiastas do software livre, que viam no XO uma plataforma para formar milhões de jovens fora da cultura do Windows.

Negroponte classificou as reações negativas como fundamentalismo. “Há muitos exemplos como este (inflexão para o software proprietário) e nós devemos seguir em frente sem nos preocupar com o fundamentalismo da comunidade open-source”, afirmou. “Você pode advogar pelo open-source sem ser um fundamentalista”, disse.

O ex-arquiteto de segurança da OLPC Ivan Krstic anotou em seu blog que a OLPC passa por “drásticas reestruturações” e “uma radical mudança em seus objetivos e visões”.

Sem conseguir atingir o custo planejado de US$ 100 e sem massificar sua presença no mundo, o OLPC sofreria com o avanço de outras soluções de baixo custo, como o ClassMate PC, da Intel, e rivais como o Eee PC, da Asus.

Negroponte, no entanto, contesta que seu projeto esteja naufragando. O mentor do laptop de US$ 100 lembra que cerca de 500 mil crianças pobres têm acesso à internet e a computação móvel em países como Haiti, Uruguai, Afeganistão, Peru, Mongólia e Ruanda. Sem o projeto que usa investimentos dos governos locais, estas crianças não teriam computadores, crê Negroponte.