TJ de MS já usa software livre em seus computadores


O uso de software livre nos terminais de computadores e servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul já é uma realidade. Os aplicativos do pacote office incluem processador de texto, planilha de cálculos e apresentações. Eles fazem parte de um software oferecido gratuitamente, pela internet, conhecido como BrOffice.

A economia gerada pela adoção do software livre é facilmente quantificável. O pacote office profissional é oferecido na internet por até R$ 1.200,00. Esse seria o valor gasto pela administração em cada um dos três mil terminais de computadores que existem no Tribunal de Justiça. O número inclui a estrutura de informática do Poder Judiciário de todo o Estado. O software proprietário só é utilizado para aplicações específicas, como planilhas financeiras complexas, cálculos de engenharia e planilhas pré-formatadas.

Além da economia, há o aspecto da confiabilidade. Os 200 equipamentos servidores do TJMS também utilizam software livre. São aplicativos de controle de acesso à internet, firewall e hospedagem da página do Tribunal na internet. Estes aplicativos rodam em sistemas operacionais também livres, como linux e BSD.

Altair Júnior Ancelmo Soares, analista de sistemas da Seção de Infraestrutura, afirma que “o linux e o free DSB foram inspirados na plataforma Unix, que desde a sua criação, na década de 60, era um ambiente voltado para multi-usuários, interconectados em rede. Por isso, são sistemas operacionais robustos na questão de segurança de rede e de arquivos. Por exemplo, os vírus para estes sistemas não conseguem se alastrar facilmente no computador, por causa do seu sistema de permissão de arquivos”.

Fórum - A adoção de software livre no Judiciário será tema do 9º Fórum Internacional Software Livre ( fisl9.0). O evento reúne os principais desenvolvedores deste tipo de software no país. Uma das atividades será uma mesa redonda com o Grupo de Trabalho sobre Software Livre do CSJT - Conselho Superior da Justiça do Trabalho, com apresentação do projeto de migração para o BrOffice.

As Origens do BrOffice - A origem do BrOffice remonta a meados da década de 90, quando a empresa alemã Star Division criou um pacote de escritório chamado StarOffice e começou a distribuí-lo gratuitamente para as plataformas Windows e Linux.

Em 1999, a Star Division foi adquirida pela empresa americana Sun Microsystems. Logo após lançar o StarOffice 5.2, em 13 de outubro de 2000, a Sun Microsystems doou parte do código fonte do StarOffice para a comunidade de código aberto, tornando-se colaboradora e patrocinadora principal do recém lançado projeto OpenOffice.org.

Durante todo esse tempo, são quase 50 milhões de downloads contabilizados, dos mais de 40 idiomas diferentes nos quais o OpenOffice.org está disponível. No Brasil, uma comunidade de voluntários formou-se com a missão de adaptar o OpenOffice.org para o português brasileiro, em fevereiro de 2002. Pela sua popularidade e organização, o projeto OpenOffice.org.br passou a ser uma das referências dentro do cenário do Software Livre brasileiro, disseminando a utilização do pacote de aplicativos para usuários, empresas, entidades governamentais e organizações em geral.

No dia 25 de janeiro de 2006, foi anunciado oficialmente o lançamento da ONG BrOffice.org que passou a organizar as atividades da comunidade OpenOffice.org.br. Além disso, a criação da ONG BrOffice.org permitiu ao projeto relacionar-se com outras figuras jurídicas na forma da lei, seja mediante contribuições financeiras, de equipamentos ou recursos em geral ou, ainda, por meio de projetos contratados perante a ONG, desde que alinhados com a missão e os objetivos definidos em seu estatuto.