"Plataformas proprietárias são passado", afirma executiva da SAP


A Novell e a SAP anunciaram a ampliação de sua parceria. As empresas tinham alguns acordos de cooperação, mas, a partir desta semana, o SuSE Linux, fornecido pela Novell, passa a ser o sistema operacional aberto recomendado pela SAP, para rodar seus ERPs. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18/03), durante o Brainshare, evento promovido pela Novell em Salt Lake City (Utah, EUA), que reúne 6 mil participantes durante uma semana.

Pat Hume, vice-presidente sênior de canais e alianças estratégicas da SAP, iniciou seu discurso afirmando categoricamente que o futuro está nos sistemas abertas. "Plataformas proprietárias fazem parte do passado e percebemos que se queremos continuar liderando os sistemas corporativos, temos que, cada vez mais, ingressar no mundo das plataformas abertas", disse ela.

Isso significa que a SAP pensa em abrir seus próprios códigos? Por enquanto, não. "Vamos ingressar mais a fundo no mundo do código aberto com parcerias como essas e o resto o tempo dirá", lançou Pat.

Susan Heystee, vice-presidente e gerente-geral de alianças estratégicas da Novell, disse que a parceria deve beneficiar as duas companhias. De acordo com a executiva, além de cada uma delas poder buscar oportunidades entre os clientes da outra, ambas devem, em conjunto, buscar novos negócios.

O foco principal está em companhias de pequeno e médio portes - um conceito que varia entre as empresas. Para a SAP, o perfil é de empresas que faturem abaixo de US$ 1 bilhão, o que a Novell considera um corte muito alto. "Este é nosso tamanho, para você ter uma idéia", lembra Susan. Por isso, a Novell estabeleceu que as médias são as que estão acima do faturamento de US$ 300 milhões.

No ano passado, a Novell anunciou uma parceria de interoperabilidade com a Microsoft, que também abrangia vendas e marketing do SuSE Linux junto aos clientes da empresa de Bill Gates. O acordo gerou controvérsias entre a comunidade de código aberto, mas foi positiva para a Novell. Segundo o CEO Ron Hovsepian, dos US$ 932 milhões que a companhia faturou em 2007, US$ 112 milhões foram resultado da aliança.

Logo depois do anúncio, a Microsoft começou a abrir partes do seu código, um movimento que aponta o desejo da gigante de conquistar novos clientes e a comunidade desenvolvedora de software livre. "Aplaudimos esta iniciativa, no fim, todo mundo ganha, principalmente os clientes", pontua Susan.